
MUSEU DE ARTE DE SANTA MARIA
Habitações - 07 de Novembro a 01 de dezembro de 2017





Período: 07 de novembro a 01 de dezembro de 2017
Museu de Arte de Santa Maria
Horário de visitação:
09h às 12h e das 13h às 16h de segunda a sexta
Exposição individual de KARINE PEREZ, intitulada “HABITAÇÕES” como microterritórios subjetivos
Local: MASM
Museu de Arte de Santa Maria, Sala Jeanine Viero. Av. Presidente Vargas, 1400 - Nossa Sra. de Fátima, Santa Maria/RS.
Abertura: 07/11/2017, às 19h:30min
Apresentação de 18 obras: 18 Fotografias digitais, impressas com pigmento mineral em papel Premium Luster Photo Paper, 260g/m² sobre MDF com afastador em madeira. Cada trabalho é um díptico ou tríptico. Ou seja, é constituído de 02 ou 03 imagens.
SOBRE A SÉRIE “HABITAÇÕES”
“HABITAÇÕES” é uma série fotográfica resultante de pesquisa de Doutorado em Artes Visuais, realizada no PPGAV-UFRGS[1]. É motivada por mudanças de domicílio e reverberações ocasionadas por viagens. Mas, ao contrário da ideia comum do fotógrafo viajante que se engaja na busca do exótico, almejo promover uma ocupação sensível dos ambientes domésticos provisórios[2] pelos quais transitei, explorando as possibilidades expressivas de seus objetos têxteis em contato com o corpo humano.
A série envolve imagens de teor intimista, que reconfiguram gestos banais e rotineiros da vida cotidiana, como é o caso do ato de deitar-se, vislumbrando formas subjetivas de habitar e ressignificar os ambientes privados. O trabalho tensiona um universo de materiais simples, quase insignificantes por sua recorrência e trivialidade nas residências humanas; propõe um jogo entre o escancarado e o segredo, a confissão e o engano, apontando reflexões sobre a expansão dos limites entre público e privado, arte e vida.
Em “HABITAÇÕES”, o corpo é apresentado reclinado e encoberto. O ato de encobri-lo instaura um território, ao enclausurá-lo num invólucro têxtil, moldado sobre a pele, funcionando como um abrigo, uma habitação. Trata-se, assim, de um microterritório subjetivo, ajustado às proporções do corpo, produzido pelas relações de comunhão com o ambiente doméstico, as quais nem sempre são integrativas e pacíficas. Nesse sentido as relações de pertencimento ou não, os constantes processos de desterritorializações e reterritorializações identitárias e corporais tornam-se latentes nas imagens. Assim, microterritórios são produzidos, mas também se desterritorializam, apontando outros lugares possíveis, somente por meio do imaginário.
A perspectiva de “Habitações” não é um fechamento no microterritório doméstico; é abrir “fendas”, possibilitadas pelo olhar do outro. O desafio é procurar a diferença no repetitivo, a heterogeneidade na homogeneidade, a ipseidade na mesmidade, o subjetivo no objetivo, a singularização na padronização. A partir daí, é possível extrairmos matéria para a criação.
[1] Orientação da Profª. Drª. Sandra Rey. Defesa em dezembro de 2016. A pesquisa teve início em 2015, durante Doutorado-Sanduíche na Universitat Politècnica de València, UPV, sob orientação de Josepa López Poquet.
[2] Tais ambientes dizem respeito aos privados, abrangendo habitações onde moro ou morei, casas de familiares próximos (consideradas extensões de minha residência), além de espaços de passagem, como hotéis e albergues.