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“Transições”

Mostra Coletiva Grupo Arte e Design

Os artistas contemporâneos exploram, obstinadamente, a imagem de inúmeras maneiras, seja analógica ou digitalmente, seja no mundo real ou no universo virtual. Investigar os processos híbridos nas artes visuais e no design e também direcionar projetos que enfatizam o entrelaçamento de campos, meios, linguagens, processos, no campo das poéticas visuais, na arte contemporânea e de manifestações em arte e tecnologia faz parte das diretrizes do Grupo Arte e Design-GAD/UFSM.

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TRANSIÇÕES, a presente mostra do coletivo, constitui-se de produções que integram o propósito de entrecruzamento de linguagens, processos e esferas de ação/atuação que trazem conceitos, práticas e poéticas de cada artista. O conjunto de mais de 40 imagens fixas é apresentado na particularidade de cada trabalho dos 21 participantes. Imagens que, por exemplo, desafiam nosso olhar a ver o que não vemos, ou aquilo que se torna impalpável ao nosso olhar. Nesta direção, tem-se imagens que destacam formas da natureza, seja em sua condição original, capturadas pela linguagem fotográfica, seja por meio da pintura expandida remetendo às transformações do físico ao espírito na relação morte/vida, por exemplo, que são atentamente pensadas por alguns artistas participantes. Alguns temas apresentam-se, como a vulnerabilidade social, exploradas por meio de narrativa verbal e visual enquanto metáfora. Outros registros abordam o desabrochar das flores e as memórias afetivas familiares. Sentir, observar/lembrar no confronto do real/fictício fazem parte de uma poética que desvenda/potencializa a imagem dos sentimentos, possibilitando “alçar voo”. Por sua vez, viver a inquietação com o desconhecido, em meio à pandemia originou uma série que reflete sobre as transformações pessoais e as mutações do ser.

Através da fotografia, registrar espaços significativos com o propósito de aproximar o espectador de um lugar singular. Da mesma forma, pensar o caminhar, o habitar, o transitar que parecem ser ações tão comuns, mas, no atual contexto, podem se tornar ações de extrema complexidade, provocando a refletir sobre os espaços coletivos, o ambiente familiar e a locomoção por lugares e sensações.


O autorretrato é apresentado nas produções de outros artistas. Em um deles, o entrelaçamento com objetos que representam momentos vividos e se relacionam com sua própria identidade, transferem os registros em fotografia para a instância poético-visual. Outra, traz o autorretrato como uma forma de encontrar sua própria identidade, que entende constituída por sobreposições, muitas vezes, criadas e adaptadas conforme o que se julga que a sociedade aceita ou impõe. Ainda, outro artista busca exercitar a materialidade/clareza da pluralidade de experiências do indivíduo que se forma por meio de fragmentos e simulacros em tempo/espaços diferenciados.


Nesta diversidade, surgem colagens manuais baseadas em figuras dos bestiários medievais, obras literárias adornadas com iluminuras, desenhos, textos se entrelaçando criativamente. Ressurgir das cinzas como a Fênix, ou uma mistura de animais (águia e leão), como o Grifo, são formas enriquecidas com muita imaginação. Por outro lado, elaboradas manualmente também, os temas da interculturalidade e ancestralidade aparecem tratando da opressão dos meios políticos e econômicos em relação ao povo originário Guarani. Da mesma forma, outras questões como o pensamento excessivo, na busca de entendimento, cura, alívio, liberdade e coragem surgem em registros de um audiovisual, apresentado como imagem fixa, através da captura dos frames. Também é foco de pesquisa a arte e a cultura como arma contra a violência, evocando a resistência e ocupação de espaços públicos, destacando a Cultura Hip Hop. Outras, ainda, tratam dos devires do cotidiano, do espaço urbano, os não-lugares dos transeuntes, que também compõem a exposição.

 

Nestas e em outras TRANSIÇÕES, o Grupo Arte e Design, em toda a sua diversidade, propõe movimentar-se para além da produção artística, pensando e repensando os trânsitos do viver e fazer arte na contemporaneidade.

 

 

REINILDA MINUZZI | CEILA BITENCOURT
CURADORIA

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Exposição: Transições
Artistas: Bruna Bertoldo, Bruna Kuhn, Camila Zappe, Calixto Bento, Ceila Bitencourt, Cristiane Ziegler, Emanuelle Cecchin, Emerson Massoli, Fernanda Garcia, Henrique Heinrich, Isabella Pio, Jessica Vesz, Karyn Fröhlich, Litieli Romero, Maria Rosália Santos, Reinilda Minuzzi, Rogério Schraiber, Taísa Carolina, Valdemir Oliveira, Valquíria Navarro, Viviane Diehl.

Local: Sala Iberê Camargo - MASM
Período: de 04 a 31 de Maio de 2021
Curadoria: Reinilda Minuzzi e Ceila Bitencourt

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